Mitos e Verdades sobre moto viagem ao Atacama

Matéria e fotos tiradas pelo motociclista Policarpo Jr e Vanessa Dias.

Seguem perguntas e respostas com algumas curiosidades e importantes informações sobre viagem de moto para a região do Deserto de Atacama (Chile).

1) É preciso ir de moto Big Trail porque tem muita estrada de terra (rípio) até lá?

Mentira. Existem sim estradas de rípio na Argentina e Chile, mas para ir até o Deserto de Atacama é opcional você pegá-las. Dá para ir livremente só por estradas asfaltadas e perfeitas. Você chega na região do Atacama com qualquer tipo de moto, não importa o modelo ou cilindrada. Basta respeitar o limite da moto utilizada.

2) Ir para o Deserto de Atacama de moto é muito "adventure" e complicado?

É muito simples, seguro e confortável ir de moto até o Deserto de Atacama. As estradas argentinas e chilenas são perfeitas e se você está acostumado em rodar nas estradas brasileiras, quando estiver por lá, vai ficar pasmo como é fácil de se rodar! Adventure é ir de moto da região sudeste ou sul do Brasil até o Belém do Pará. Atacama, saindo dessas mesmas regiões é logo ali e moleza. Adventure e complicado é você rodar com sua moto por cidades com trânsitos caóticos como São Paulo e Rio de Janeiro.

3) Gasta-se muito dinheiro para fazer uma viagem até o Atacama?

O dólar no Brasil está fraco (novembro/09). O peso argentino vale R$ 1 = 2,20 pesos. O peso chileno também é fraco perante o real. Os preços da gasolina, alimentação e hotéis, no noroeste da Argentina é muito, mas muito inferior aos praticados no Brasil. Você vai passar mal de tanto comer carne de ótima qualidade, beber cervejas e vinhos deliciosos e sua moto vai ficar pirada com a qualidade da gasolina azul. Quando você se hospedar num hotel bem caro, vai gastar na diária R$ 130.

4) Motociclista de viagem que vai até o Atacama é um super piloto?

Papo furado. Qualquer motociclista pode ir até o Deserto de Atacama. Basta fazer um bom planejamento, pilotar com responsabilidade e partir. A partida de uma grande moto viagem é sempre o momento mais tenso.

5) Os caminhoneiros na Argentina são todos malucos e atropelam os motociclistas?

Quem disse isso para você, algum bêbado? Os caminhoneiros na Argentina são super educados, respeitam os motociclistas, dando informações e até mesmo abrindo passagem nas estradas para os ultrapassarmos.

6) Os policiais na Argentina são corruptos e só querem o meu dinheiro, vou gastar "uma nota" dando grana para eles?

Se você levar todos os documentos necessários (veja relação aqui) é provável que não gaste um Peso siquer com dinheiro para polícia. Agora, o fato é que para se chegar no Deserto de Atacama (Chile), pelo caminho mais curto, você irá cruzar todo o norte da Argentina, onde se tem as regiões mais pobres do país.

Pode sim ocorrer de você ter que dar um dinheirinho para a polícia, mas sempre é muito pouco. Se você reservar 200 pesos (menos de R$ 90), será mais que suficiente. Outro detalhe, se você fizer alguma coisa errada na frente da polícia, ai é claro que será multado.

7) Vixi, mas é muito complicado rodar num país como a Argentina, eles detestam os brasileiros devido ao futebol?

Amigo, uma coisa é a cidade e região de Buenos Aires, onde essa sua dúvida é verdadeira. Agora nas demais regiões argentinas, conversando com diversos argentinos, só ouvi falar mal do Maradona. Fomos super bem tratados por todos os argentinos que conhecemos e eles não gostam do Maradona como técnico quanto menos como pessoa. Nada tem a ver a rixa nossa do futebol por lá. Pura bobagem. Na dúvida, não converse então sobre futebol.

8) Assim que eu tiver dinheiro, comprarei uma moto de 1000cc e vou para o Atacama!

Tá bom, a escolha é sua. Mas tem gente que vai para o Atacama de bicicleta e qualquer moto te leva para qualquer lugar.

9) Esse negócio de ir para o Deserto deve ser um saco, um calor danado e não tem nada por lá para ver.

Como é que é? Quem te disse que no Atacama faz um calor danado para ir de moto? O fato é que no norte argentino, no verão e primavera, de fato faz calor, mas isso faz parte da aventura. No Atacama você vai passar frio e calor. E isso também faz parte da aventura. Quanto a não ter nada para você ver na região do Atacama, só posso lhe dizer que você está redondamente enganado, como 1 + 1 = 3. Se você gosta da natureza e do poder natural das Cordilheiras dos Andes, regiões desérticas, lagos azuis salgados, animais de todos os tipos, vá para o Atacama!

10) Acho que não tenho segurança em pilotagem para ir ao Atacama?

Bom, se você também não roda de São Paulo até Campinas ou para o Rio de Janeiro, então realmente não pode ir para o Atacama. Caso contrário, saiba que são fantasmas da sua cabeça.

11) E, tô fora, dizem que tem uma ventania monstruosa nas estradas argentinas até o Atacama...

Tem ventos mesmo. Como tem nas rodovias brasileiras. Outra coisa é preciso fazer a viagem no verão ou na primavera, preferencialmente. Se você respeitar o limite da sua moto, seu e das condições naturais, ficará amigo dos ventos!

12) Mas existe um trecho do trajeto até o Atacama que não tem gasolina para abastecer, ai tem que ficar levando gasolina adicional em frascos?

Isso era verdade até fevereiro/09. Agora no tal trecho (Paso de Jama) tem um posto de gasolina enorme, super bom com até quartos caso queira dormir ou descansar. Agora, é sempre bom ter uma Garrafa com gasolina opcional (indicamos essa aqui), além de abastecer sempre a cada 120 ou no máximo 150km. Basta estudar uma logística de abastecimento, em vários mapas da Argentina, tem as indicações dos postos.

13) Pô se é assim tão fácil ir para a região do Atacama, então porque eu não vou?

Pois é amigo, é isso ai... planeje e parta para a moto viagem!!! Cuidado com as estórias de motociclistas com ego grande que te dizem que é uma dificuldade danada ir para o Atacama. É tudo uma grande festa isso sim! Mas, lembre-se: é preciso ter espírito aventureiro, estar aberto a conhecer novas culturas, pilotar com muita responsabilidade e jamais ultrapassar os seus limites.

Fonte: matéria e fotos tiradas pelo motociclista Policarpo Jr e Vanessa Dias.

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